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Os Impactos do sistema econômico - I

É notória a crise econômica, social e ambiental que se estabeleceu no último século. Apesar das várias contribuições econômicas, tecnológicas e de conforto que o capitalismo aparentemente proporcionou, esse também produz diversos aspectos negativos nas sociedades:


  • Degradação ambiental: o sistema capitalista caracteriza-se pela produção em massa e o incentivo ao consumo, gerando um consumismo exacerbado, assim para a obtenção de matéria-prima é preciso retirar diversos recursos do ambiente. Isso tem gerado uma exploração e degradação dos recursos naturais.

  • Divergência entre capital e trabalho: relação de conflito entre os(as) trabalhadores(as) de um lado, que exigem melhorias nos salários, nas condições de trabalho, incluindo a diminuição da jornada de trabalho e, do outro lado os detentores dos capitais e dos meios de produção que tendem a explorar a mão-de-obra.

  • A extinção dos valores humanos: Como o objetivo principal do sistema é incentivar o consumo, uma série de artifícios (marketing) é usada para que as pessoas aumentem gradativamente o seu consumo, muitas vezes sem necessidade. Assim, a mercadoria começa a ter mais representatividade, expressão e valor que o próprio ser humano.

  • Intensificação das desigualdades sociais: a busca dos lucros tem gerado mais exploração do trabalho, isso ocorre com mais intensidade por causa, por exemplo, da falta de emprego. Assim, como existe uma grande oferta de trabalhadores(as), os salários consequentemente são baixos. A exploração da força de trabalho aumenta cada vez mais a disparidade econômica existente, pois concentra as riquezas nas mãos de poucas pessoas.

Você provavelmente já escutou a famosa frase do médico Josué de Castro: Josué de Castro: “A humanidade se divide em 2 grupos: - o grupo dos que não comem e - o grupo dos que não dormem, com receio da revolta dos que não comem”.

Outra imagem interessante é a “Taça da desigualdade”, mostrada na figura abaixo. Indica que, por conta do sistema capitalista, nos últimos 95% da riqueza está detida nas mãos de 40 % da população mundial, ou seja, os restantes 60% da população do planeta pouco mias de 5% das riquezas.

Pior ainda é observar que em 2015 essa situação agravou, na medida em que um de cada 100 habitantes do mundo tem tanto quanto os 99 restantes; 0,7% da população mundial monopoliza 45,2% da riqueza total e os 10% mais ricos têm 88% dos ativos totais, conforme pesquisa da instituição Credit Suisse, publicada no jornal El Pais (http://brasil.elpais.com/brasil/2015/10/13/economia/1444760736_267255.html).


Essa noção de que a sociedade pode ser analisada a partir das classes (econômicas e/ou sociais) que se configuram no desenrolar da história nos permite entender melhor os processos de exclusão e pensar caminhos para sua superação.

O eminente economista francês Thomas Piketty, autor do best seller “O Capital no século XXI” que trata das transformações históricas da estrutura do capital, de propriedade e da desigualdade entre grupos sociais ressalta que devemos encontrar maneiras e instituições públicas democráticas para regular as forças do mercado e usá-las para o interesse comum – e isso envolve impostos progressivos sobre propriedade privada e propriedade pública em alguns setores, governos mais participativos, novas formas de organização.

Ao aplicar sua análise aos dados do Brasil, Pikkety aponta que a concentração de renda no Brasil é superior à dos Estados Unidos, mostrando que 10% da população detinha mais de 55% das riquezas no ano de 2012. O gráfico apresenta um aumento da desigualdade de renda na última década.


Piketty aponta que o investimento em educação – e em especial na educação pública - é “absolutamente essencial para se reduzir a desigualdade. E a taxação progressiva de rendas altas e grandes heranças pode ser uma forma de obter recursos para investir no sistema de educação pública.”[1]

[1] Jornal da BBC. “Brasil precisa taxar ricos para investir no ensino público”. Em 27 novembro 2014. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/11/141127_piketty_entrevista_ru_lgb>. Acesso em: 01 out. 2016.

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