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Os Impactos do sistema econômico - II

O problema dos resíduos sólidos

Um efeito direto do consumismo é a geração de resíduos sólidos (lixo)! Cada brasileiro gera, em média, 1,0 quilograma de resíduos por dia. Imagine agora a cidade de São Paulo-SP, que tem 12 milhões de habitantes. Isso quer dizer que só este município gera 12 milhões de quilogramas por dia! Isso é espantoso, não é?! Para onde vai todo esse resíduo? A maior parte dos resíduos ainda não recebe o tratamento adequado, sendo acumulados em lixões a céu aberto. Dos resíduos sólidos, 50,8% foram para lixões, 21,5% para aterros controlados e 27,7% para aterros sanitários. Sabemos também que as condições de trabalho nos lixões são degradantes, e os trabalhadores (as) ficam expostos a riscos diversos, incluindo a contração de doenças como leptospirose, gastroenterite, verminose e giardíase. Convido-o (a) a relembrar o famoso poema “O Bicho” de Manuel Bandeira:

Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um ser humano.

Sabe quanto custa um 1 Kg de lata de alumínio ou de papelão reciclado? Confira no site da CEMPRE: http://cempre.org.br/cempre-informa/id/9/preco-do-material-reciclavel Para ter mais informações consulte o Sistema Nacional de Informações sobre a gestão de resíduos sólidos, acesse: http://www.sinir.gov.br/

O problema da poluição por esgotos

A geração de esgotos ocorre por conta da utilização de água seja nas atividades domésticas diárias ou na produção industrial. Em média considera-se que 70 % da água consumida nos domicílios tornam-se esgoto. Mas, antes de falar essencialmente do impacto dos esgotos, vale esclarecer sobre o uso da água.



Atualmente, mais de 6 bilhões de pessoas em todo o mundo utilizam cerca de 54% da água doce disponível em rios, lagos e aquíferos. Segundo a UNESCO, na América do Sul encontra-se 26% do total de água doce disponível no planeta e apenas 6% da população mundial, enquanto o continente asiático possui 36% do total de água e abriga 60% da população mundial. O principal uso da água é pra fins de irrigação.



A figura acima mostra o quanto água é necessária para produzir alguns itens de consumo diário. Chamamos essa quantidade de água que consumimos indiretamente de água virtual. Agora, imagine a quantidade de água que mandamos para outros países nas exportações de produtos agrícolas!? Veja no Infográfico “Conflitos por água”, clicando em: http://msalx.almanaque.abril.com.br/2013/08/19/1216/pagina-96-97_01.jpeg?1376926164

O lançamento de efluentes líquidos não tratados, provenientes das indústrias e esgotos domésticos, em rios, lagos e córregos provocam um sério desequilíbrio no ecossistema aquático. O esgoto doméstico, por exemplo, consome oxigênio em seu processo de decomposição, causando a mortalidade de peixes. Outros componentes do esgoto como fósforo e nitrogênio, em altas concentrações, causam a proliferação excessiva de algas, gerando a eutrofização de lagos e represas, desequilibrando o ecossistema e prejudicando o abastecimento de água. Quando se trata de saneamento, o tratamento de esgotos ainda é o que apresenta os piores indicadores no Brasil. É vergonhosa a nossa situação. Embora os dados abaixo sejam de 2013, a maioria dos municípios brasileiros continua com os mesmos indicadores.




  • 48,6%da população têm acesso à coleta de esgoto.

  • Mais de 100 Milhões de brasileiros não tem acesso a este serviço.

  • Mais de 3,5 milhões de brasileiros, nas 100 maiores cidades do país, despejam esgoto irregularmente, mesmo tendo redes coletoras disponíveis.

  • Mais da metade das escolas brasileiras não tem acesso à coleta de esgotos.

  • Em termos de volume, as capitais brasileiras lançaram 1,2 bilhão de m³ de esgotos na natureza em 2013.


Conheça a situação geral dos 100 maiores municípios brasileiros, em termos de saneamento, acessando: http://www.tratabrasil.org.br/datafiles/estudos/ranking/2016/tabela-das-100-cidades.pdf

Diante desse quadro, foi promulgada a Lei Nacional de Saneamento Básico - Lei 11.455 de 2007, que tem como um dos instrumentos o controle social em quatro funções de gestão dos serviços públicos de saneamento básico: planejamento, regulação, prestação e fiscalização. Ou seja, enfatiza a necessidade da participação popular e acompanhamento da sociedade civil por meio de conselhos e associações, por exemplo. O maior desafio desse setor é a elaboração, por parte dos municípios, do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) de forma participativa, conforme Decreto no 8.211/2014. Este Plano deve estar em consonância com o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB). O PMSB deve ser revisto a cada quatro anos. A vigência do PLANSAB é de 20 anos (2014-2033), com orçamento estimado é de R$ 508,45 bilhões. Isso indica que deveríamos investir 25 bilhões por ano, mas infelizmente a Lei orçamentária anual de 2016 reserva menos de 1 bilhão. Precisamos nos perguntar: Tão pouco investimento em saneamento? Para onde vai o restante do orçamento brasileiro? Não podemos esquecer que 45% do orçamento ainda vai para o serviço da dívida. Sim, é um escândalo! Precisamos fazer a auditoria dessa dívida. Do contrário, o BACEN (Banco Central do Brasil) deveria se chamar BCB, de banco central dos banqueiros! O Governo Federal dispõe de um Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), que disponibiliza informações por municípios. Acesse em http://www.snis.gov.br/

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