As BMPs em Drenagem Urbana - Conceito
- Prof. Ariel Gomes
- Mar 26, 2017
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A necessidade de revisar o conceito, projeto e gerenciamento dos sistemas de drenagem urbana têm levado a pesquisadores e gestores a analisar os processos de escoamento da água pluvial de forma mais abrangente e integrada. Os desafios de reduzir a vazão de pico, controlar a ocupação urbana e financiar a manutenção e melhoria dos sistemas de drenagem, evidencia a discussão e uso não só de tecnologias alternativas para o controle do escoamento, como também as possibilidade de cobrança pelo serviço público de drenagem.
CONCEITO
Para a superação dos problemas de drenagem, a partir dos anos 1970 vêm sendo desenvolvidas e utilizadas as tecnologias alternativas ou compensatórias de drenagem, centradas na neutralização dos efeitos da urbanização sobre os processos hidrológicos, buscando-se controlar na fonte a produção de excedentes de água, decorrentes da impermeabilização e, evitar a sua transferência rápida para jusante.
Os métodos de drenagem que consideram quantidade e qualidade da água escoada superficialmente são referenciados como SUDS (Sustentable Urban Drainage Systems) na Europa e LID (Low Impact Development) em Vancouver — Seatle e na costa leste dos Estados Unidos, em particular, Maryland,Washington DC e Flórida. Fletcher et al. (2014) , conforme a Figura 01, apresenta as diferentes concepções em drenagem urbana sustentável, de acordo com suas especificidades e foco principal.
Evidencia, portanto, que as BMPs tendem mais a especificidade da drenagem das águas pluviais, enquanto as LIDs tendem mais para um conceito abrangente do desenvolvimento urbano estratégico.

CLASSIFICAÇÃO
Conforme Righetto (2005) há diversas formas de se classificar as medidas compensatórias. Os autores apresentam dois modos de classificação que evidenciam o caráter explicativo e tipológico, conforme a Figura 02. No primeiro caso, distinguem-se as soluções de tipo estrutural e não estrutural e, no segundo caso, o controle na fonte (ou difuso) e o controle centralizado.

Entre as técnicas compensatórias não estruturais, a regulação do uso do solo estabelece restrições à taxa de impermeabilização das parcelas e estabelece recomendações para a criação de áreas verdes e de áreas destinadas à infiltração de águas pluviais. Esse tipo de regulação contribui igualmente para promover a adoção de medidas, como a não conexão de áreas impermeáveis à rede pluvial, permitindo reduzir volumes de escoamento e vazões elevadas nesses sistemas.
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Figura 1 disponível em http://www.aquafluxus.com.br/bmp-lid-suds-wsud-e-infraestrutura-verde-praticas-que-revolucionam-a-drenagem-urbana/
BAPTISTA, M. B.; NASCIMENTO, N.O.. Aspectos Institucionais e de Financiamento dos Sistemas de Drenagem Urbana. Revista Brasileira de Recursos Hídricos. Volume 7 n.1 Jan/Mar 2002, 29-49
RIGHETTO, A.M. Manejo de Águas Pluviais Urbanas. Projeto PROSAB. Rio de Janeiro: ABES, 2009.
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